Polícia Civil investiga posto de combustíveis por uso de bombas lacradas

A Polícia Civil do Estado de São Paulo anunciou a abertura de um inquérito para investigar o posto de combustíveis AGA, localizado na Avenida Abdo Najar, no Nova Americana. A investigação tem como foco o uso de bombas de combustível que estavam lacradas pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, a fim de burlar tais dispositivos e continuar operando.

De acordo com informações da Secretaria da Fazenda, a inscrição estadual do posto foi cassada em 27 de setembro de 2023 devido ao indeferimento de um pedido de alteração cadastral. No entanto, denúncias de irregularidades vieram à tona quando o vereador e presidente da Câmara de Americana, Thiago Brochi, constatou que o posto continuava operando normalmente, mesmo com as bombas lacradas.

Brochi declarou: “Eu vi o posto funcionando e me lembrei que ele estava lacrado. Recebi a denúncia, vim constatar e os funcionários me disseram inicialmente que o posto não estava funcionando, mas mexendo no lixo encontrei várias notas dos abastecimentos.”

Durante uma busca no escritório do estabelecimento, a Polícia Civil encontrou notas diárias, aparentemente indicando os lucros obtidos por cada frentista, bem como informações de fechamento de caixa. Essas notas foram apreendidas, juntamente com computadores.

O delegado Filipe Rodrigues de Carvalho, responsável pelo caso, destacou que uma perícia técnica será realizada para verificar se as bombas foram manipuladas, além de informar que nove das 12 pistolas das bombas estavam danificadas, mesmo quando a venda de combustíveis estava proibida.

Rodrigues de Carvalho também não descartou a possibilidade de lavagem de dinheiro no estabelecimento.

A denúncia que levou à investigação ocorreu por intermédio de uma funcionária do estabelecimento, que facilitou o contato com o proprietário. Agnaldo Braga, que alegou ser o proprietário apenas da conveniência do local, afirmou que o posto foi vendido a um grupo não revelado há dois anos, mas enfrentou problemas burocráticos que resultaram na lacração.

Ele explicou: “O posto não tem nada errado na ANP [Agência Nacional do Petróleo], não tem combustível errado, nada disso aí. Eles compraram o posto de mim, e a Receita do Estado quer saber a origem do dinheiro. Eles precisam declarar porque eu já declarei o valor. Mas não tem nada irregular, quem falou isso foi o fiscal que veio lacrar.”

No entanto, a Polícia Civil alega que tanto o posto quanto a conveniência pertencem a Agnaldo Braga, uma vez que têm o mesmo CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), conforme comprovado nas notas.

Embora o local não tenha sido lacrado, a venda de combustíveis permanece proibida, aguardando os desdobramentos das investigações em curso.

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